AVISO
DE PERIGO: essa
crítica é detalhada e contém SPOILERS, portanto se ainda não conferiu o filme, leia por
risco próprio.
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Muitos podem discordar de minha
opinião, mas Sexta-Feira 13 Parte VIII – Jason Ataca em Nova York (1989) é um de meus
filmes preferidos, por isso essa crítica vai acabar sendo bem longa. Posso ter
assistido em excesso durante minha vida (desde criança), no entanto, ele parece
ter um charme único e sofisticado, seja pela sua estética noturna e suja, ou
talvez pela grande tentativa de inovação que os produtores tentaram novamente.
Uma mistura de nostalgia gratificante, boas músicas e um clima forte de cidade
grande, realçado pelo final da década de 80. O filme é criticado por vários
motivos, um deles é o fato de Nova York aparecer somente nos últimos 30 minutos
de projeção, mas particularmente esse fator não me incomoda mais; após
acompanhar o filme inúmeras vezes e com vários olhares, você passa a
desenvolver aceitação pela trama cheia de furos e muitos, MUITOS clichês. A
Paramount já estava saturada com uma franquia de 8 filmes em 9 anos (indo de
1980 até 1989)... O que deveriam fazer depois de tanto?
Lembrando que com essa crítica, o
Portal Tartárico termina a longa maratona da franquia que durou os últimos dois
meses. Foi um capítulo por semana e, surpreendentemente, ainda temos muitos
pela frente; acontece que após esse lançamento, a franquia deu um tempo até 1993,
quando trouxeram o péssimo Jason Vai para o Inferno. Todos sabem que os anos 90
não foram amigos de Jason e suas películas sangrentas, e em minha opinião
(assim como de muitas pessoas) é de que a franquia ACABA AQUI no oitavo
episódio. Essa ideia tem mais potencial ainda com o final, que vamos conversar
mais para frente na crítica. De qualquer jeito, o Blog vai postar suas análises
sobre os próximos capítulos, mas não junto da nossa eterna maratona que acaba
de se encerrar com grande estilo e muito sangue.
As coisas não deram muito certo com a
recepção desse filme, porque ele acabou tendo a bilheteria mais baixa da
franquia (14,3 milhões), isso fez a Paramount vender os direitos da franquia
para a New Line Cinema (que futuramente viria a resultar no crossover Freddy X
Jason em 2003). O complicado é que a franquia não foi aposentada de uma vez;
mesmo com os baixos lucros e má recepção, a New Line decidiu continuar
produzindo os filmes da série, lançando bombas que custaram a ser detonadas no
consciente do público. Todas essas intrigas e confusões estarão presentes na
crítica do próximo filme, quando a franquia já estava fora das mãos de quem a
consagrou.
Rob Hedden assume a cadeira do
diretor, e pra ser sincero, mesmo com o baixo orçamento e reputação decadente,
o rapaz faz um bom trabalho. Isso que é gratificante na franquia Sexta-Feira
13: desde o clássico de 1980, diversos diretores mostraram sua visão
profissional em cima de cada obra. Obviamente, isso deixa o caminho aberto para
muitos furos de continuidade, mas isso não interfere no real valor que esses
filmes trazem para a cultura pop e para uma legião de fãs que acompanham cada
detalhe amargo. Independente de tudo, a lenda original e o personagem de Jason
Voorhees foram sempre tratados com carinho e lealdade, se tornando a maior prova
da união de tantas projeções.
Vou ser sincero, só gosto de assistir
esse filme na fita VHS da época. Sem contar que é a última fita produzida pela
CIC Video (produzindo os rolos desde a Parte II), a companhia introduz um longo
trailer antes da projeção, com várias cenas dos filmes mais clássicos já
lançados por ela (com ótima trilha sonora). São pequenos detalhes que fazem a
diferença, e nos trazem boas sensações. Após o “novo” logo da Paramount
aparecer na tela com o “ki-ki-ki, ma-ma-ma”, que já é clássico da série, temos
a primeira imagem de Nova York, numa madrugada agitada pelos brilhos da Time
Square. No ritmo da marcante The Dark Side of the Night (clique aqui para ouvi-la), a canção oitestista que vai abrir e fechar o filme. Vemos as letras
vermelhas com o titulo da produção, que nos proporciona uma nostalgia única,
com a mistura da música e a narração dramática do Disk Jockey afirmando que
“vivemos em claustrofobia numa terra de aço e concreto, cercada por águas
escuras.” (confiram o som para entrar no clima, recomendo).
A energia é forte nessa abertura.
Temos muitas cenas de uma Nova York
suja e poluída; nada de parques floridos e prédios quentes nas tardes de sol,
aqui temos muita sujeira, becos esfumaçados, prostitutas e mendigos, tudo
realçando a hesitante energia noturna que a película carrega com elegância. Só
queremos ver Jason detonando nesses lugares (inclusive, os locais mostrados
nessa abertura são, de fato, os que o assassino vai passar futuramente na
trama). Quando a música vai acabando, vemos uma última tomada da Estátua da
Liberdade, antes da câmera afundar debaixo d’água, e emergir após os créditos
iniciais, já na colônia Crystal Lake.
Aqui começa o primeiro furo dos
roteiristas: um iate navegando no meio do icônico lago que Jason se afogou (3
vezes, por sinal rsrs). Sim, um iate, no LAGO... Como diabos um iate foi parar
no meio de Crystal Lake?! Mas enfim, aparentemente após os eventos de A Matança Continua, o lago gerou um ligamento com o oceano (então, tecnicamente, não é
mais um lago), só que esses detalhes não são importantes na santa cabeça dos
produtores, porque nem se deram o luxo de explicar coisa alguma. Só jogaram a
situação ali.
Dentro desse iate conhecemos o casal
de jovens, Jim, que mais parece o Cazuza na boa fase, e Suzi, a típica garota
que se assusta com qualquer coisa e tem um berro desgraçado de irritante. Os
dois estão rumando até um navio chamado SS Lazarus, onde vai acontecer um
cruzeiro até a majestosa Nova York. Eles estão no clima, bebendo com
graciosidade (rsrs), quase prontos para as preliminares banhadas ao som do Disk
Jockey da rádio, que alerta os jovens tarados sobre os perigos da cidade que nunca
dorme.
Mais uma noite preocupante em Crystal Lake.
Como todos se lembram, Jason foi
afogado novamente no último capítulo, e seu corpo se encontra cravado em
destroços de uma ponte e rochedos, no fundo do lago que, de fato, é seu
verdadeiro inimigo silencioso. Já sabemos que alguma coisa vai acontecer, e
dessa vez capricham na dose: a âncora do iate fica preso em um grosso fio de
energia (???), provocando várias séries de curtos circuitos que não só causam
um blecaute na colônia, como também trazem o nosso velho Jason de volta ao dom
da vida. A cena que suas duas mãos emergem do lago lentamente (com as luvas
amarelas usadas desde a Parte VI, agora pretas e pegajosas) para subir na
escadinha da embarcação é memorável.
Aqui rola outro furo que me deixa
triste: Jim tem uma máscara idêntica a que Jason usava; mas quando digo
“idêntica”, é IDÊNTICA MESMO... Até mesmo o corte na parte superior (que Jason
ganhou no terceiro filme, após receber uma machadada de Chris) está do mesmo
jeito. Se lembram que Tina rachou a máscara ao meio no final do último filme?
Como Jim tem uma idêntica?! Parece que a produção tentou fazer tudo na pressa,
resultando nos buracos que percorrem a trama; podiam ter tido outras ideias ou
explicado melhor a situação, mas a pressa falou muito mais alto.
Mais forte e mais irritado.
Então, Jason pega um arpão de pressão
e a máscara “nova” (veremos seu rosto somente no final da projeção, como de
costume). É interessante ver que Jason realmente dispara o arpão contra Suzi (mas erra), porque como todos sabem, uma boa parte dos assassinos de slasher
movies tem o estranho costume de acertar suas vitimas com o instrumento, ou
então atravessar sua presa com a espingarda (como no caso de Michael Myers em
Halloween 4). A última vez que havíamos visto Jason disparando uma arma foi na
já distante Parte III (sua primeira morte após conseguir a máscara de
hóquei)... Isso seria uma homenagem? Cada vez que Jason pega uma máscara “nova”
a morte que segue é com arpões e disparos? Curioso, se pensar bem.
Depois de Jason acabar com os dois,
conhecemos o tal SS Lazarus, já na manhã seguinte. Ancorado no litoral, o navio
é pouco sofisticado e cheio de jovens dos quais a franquia tanto gosta.
Acontece que o iate a deriva acaba descendo o “lago” e chegando até o litoral
que o navio se encontra (como já mencionado, agora Crystal Lake tem um
ligamento com o oceano), e Jason acaba vendo seu novo objetivo, embarcando no
famoso “navio do amor”. Uma questão discutível: todos sabem que o nosso maníaco
SEMPRE ficou pela região de Crystal Lake, provocando suas matanças em vários
lugares próximos ao decorrer dos filmes, como Packanack Lodge (na Parte II),
Higgins Haven (na Parte III) e até mesmo a própria colônia (na Parte VI e VII),
assim como sua mãe, Pamela Voorhees, havia feito no primeiro filme (leia aqui).
A questão é: depois de assassinar os jovens no iate, Jason já estava diante de
seu “local preferido”, então por que seguiu caminhada e decidiu embarcar no
navio rumo a NY? Sem maiores motivos? Enjoou das árvores? No entanto, é sensacional
ver nosso assassino em locais diferentes, e o filme carrega um clima marítimo muito
forte.
Embarcando sem pagar nada (o mundo é dos espertos).
Um destaque que ainda não mencionei:
nesse capítulo temos o retorno de Kane Hodder interpretando Jason (já tendo
feito o anterior e permanecendo até Jason X em 2001); Hodder é imortal no
papel, conseguindo agregar personalidade no homem por trás da máscara. A aparência
de Jason também é uma de minhas preferidas, sua pele não está marrom como no
antecessor, pois pareceu desenvolver um forte tom perolado. Trajando desde o
terceiro filme, sua roupa SEMPRE parece estar molhada e pegajosa, fora o tom
extremamente amarelado que vemos na máscara (provavelmente pelo óleo e produtos
tóxicos que o navio despejou nas águas da região).
Conhecemos então nossa bonita final
girl, Rennie (Jensen Daggett), uma garota que carregada um passado perverso e
tem medo de água. Rennie foi trazido na viagem pela sua tia Colleen (Barbara
Bingham). Acontece que Rennie é altamente protegida pelo seu tio insuportável,
Charles McCulloch (Peter Richman), um professor de biologia velhote, chato e
com postura elegante (sério, vamos torcer para esse cara morrer o mais doloroso
possível). Pois bem, chegou a hora de apresentar os jovens da vez (já foram
tantos durante nossa maratona), todos prontos para embarcarem na “viagem de
suas vidas”: o pacato Sean (Scott Reeves), filho do capitão Robertson, que vive
recebendo “ordens comportadas” do pai, e carrega certo desgosto por isso. O
boxeador Julius, que se diz “imbatível”. Temos também Wayne, um rapaz que pensa
se tornar cineasta e sempre está por ai com sua câmera de vídeo; por sinal, ele
é apaixonado pela gostosona Tamara, uma loura linda que está tentando levar sua
amiga, Eva, para o caminho errado. Sobra espaço para a aspirante a estrela do
rock, J.J. Jarrett, uma punk que sempre está portando sua guitarra roxa e um
amplificador.
A noite é uma criança, sempre.
Após embarcar no navio, Jason já
começa sua matança pela artista musical, enquanto a mesma testa o eco da
guitarra nos andares inferiores da embarcação. Jason é tratado de uma maneira
diferente aqui, pois parece que sempre chega em algum lugar antes que sua
vitima (um clichê do gênero). Em algumas cenas, é impossível ele ter se
locomovido tão rápido, isso denuncia um tratamento diferente depois de tantos
filmes e evoluções, visando mais a mitologia sobrenatural (que nessa etapa do
campeonato, era o certo), do que um simples homem normal provocando assassinatos;
Jason já passou dessa fase há muito tempo, lá atrás, quando Tommy Jarvis o
detonou com um facão. Agora, no oitavo filme, o “homem” já fora deixado para
trás, porque Jason havia se tornado uma lenda viva e forte.
Guitarrada mortal.
A protagonista, Rennie, é muito boa. Em certo ponto da trama, a garota começa ter visões e alucinações
com Jason ainda criança, na época que havia se afogado pela primeira vez na colônia
Crystal Lake. Essas visões, combinadas com seu medo por água, despertam a
curiosidade do público, ao perceberem que ela pode ter encontrado Jason em
algum ponto do passado. Isso de fato aconteceu: quando criança, Rennie foi
empurrada no lago da colônia pelo seu tio Charles (o desgraçado estava tentando "ensinar" sua sobrinha a nadar); quase se afogando, a menina pode jurar que viu
Jason, ainda criança, tentando puxá-la para as profundezas do lago. Depois
desse dia, sempre que está próxima da água, ela sente e presença daquele menino,
e até o vê em alucinações.
Temos as tramas paralelas como
sempre, principalmente envolvendo a charmosa Tamara. A mulher marca presença na viagem: quase
provoca o afogamento da nossa protagonista, quando derruba a mesma do parapeito
da embarcação (vadia), seduz o professor Charles e o beija, somente para gravar
em vídeo e poder usar contra ele; também convence sua “amiga”, Eva, a experimentar
cocaína numa bela noite, fatiada no clássico espelho. Outro fator diferente na
franquia: em quase todos os capítulos temos maconha presente (até mesmo em bong),
já nesse longa, introduziram cocaína e heroína, talvez para demonstrar o clima
de “cidade grande e obscura”. Claro, não demora muito para Charles aparecer de
supetão e pegarem as garotas no flagra.
Da esquerda para direita: Colleen, Sean, Charles e Rennie.
Jason vai matando um por um na
embarcação, até mesmo o capitão Robertson (pai de Sean) e boa parte da
tripulação. Como é de se imaginar, logo a noite chega com uma tremenda
tempestade, e as coisas só pioram para os jovens. Existe um marinheiro (zelador,
na verdade), que é muito parecido com Crazy Ralph nos dois primeiros filmes,
alertando os jovens em tom dramático que viu Jason Voorhees descendo o rio e
embarcando no navio. Ninguém acredita, mas quando os corpos começam a aparecer,
tudo fica muito suspeito.
A morte do “cineasta” Wayne
basicamente fode a porra toda. Jason arremessa seu corpo em um painel de
energia na sala de máquinas, provocando um incêndio que ocasionara no naufrágio
do navio. Isso mesmo, o navio começa a afundar com Jason matando todo mundo
durante a tempestade forte, não tem como ser mais positivo. Como sugere o
titulo da projeção, não vou ficar perdendo tempo contando as mirabolantes
tramas que acontecem nesse maldito navio. Todos querem ver Jason em Nova York,
e é nisso que vou focar agora.
As alucinações de Rennie.
O SS Lazarus afunda e poucos sobrevivem,
em particular Rennie e Sean (que já estão se pegando há um bom tempo de filme),
Colleen e Charles (infelizmente esse velho lazarento ainda não morreu) e o
boxeador Julius, que todos pensavam ter se afogado; não posso esquecer do
cachorro de Rennie, Toby, sempre protegendo sua dona com lealdade.
Eles embarcam em um bote salva-vidas,
e seguem sem rumo pelo oceano. Não vemos o que aconteceu com Jason depois que o
navio afundou, mas sabemos que não vai demorar em aparecer. Depois de um dia
inteiro navegando sem rumo, eles FINALMENTE avistam a majestosa Estátua da
Liberdade, preenchendo as inúmeras luzes no horizonte que brilham na noite.
Conseguimos sentir o alivio e a alegria dos sobreviventes, porque estávamos esperando
por esse momento desde que a película começou. Destaque para Julius cantando “New
York, New York” de Frank Sinatra enquanto chegam na metrópole. Lembram dos
lugares que vimos na abertura? Pois bem, é nessa área que eles desembarcam, nas
regiões sujas da cidade, onde o crime é constante nas noites. Jason também
aparece saindo do oceano um pouco depois, pelo visto, ele seguiu o bote salva-vidas
até chegar na cidade. Logo rola uma cena memorável em que nosso assassino encontra
um outdoor gigante da “Eastern Hockey League”, e fica imóvel observando a
enorme máscara idêntica a que usa. Sensacional.
Um pouco longe de casa.
Por ter aparecido somente depois da
metade, muitas coisas acontecem em NY, para o bem e para o mal dos nossos
sobreviventes: eles são assaltados e Rennie é sequestrada, drogada e blá, blá, blá...
Muitas situações que não fazem muito sentido. Charles é gênio o suficiente para
sugerir que “se separem” na cidade grande, no intuito de encontrar ajuda mais
rápido. Sério? Se separar em NY? Esse não é o melhor jeito de ficar PERDIDO?!
Por sorte, ele não demora para morrer, quando Jason o afoga em um daqueles
barril cheio de esgoto, típico dos becos esfumaçados. Diferente do Dr. Crews no
filme anterior, aqui vemos Charles sofrendo muito, e implorando por sua vida
desgraçada. Nada mais satisfatório.
Infelizmente, não acompanhamos Jason
em muitos pontos famosos da cidade, somente a movimentada Time Square, becos
escuros, o metro e um restaurante meia boca (inclusive, o cozinheiro do local é Ken Kirzinger, que viria a interpretar o assassino em Freddy X Jason). Vamos falar a triste verdade:
todos queriam ver o maníaco em outros pontos, como talvez, emergindo próximo da
icônica Estátua da Liberdade, arrancando cabeças no Madison Square Garden,
perseguindo inocentes no Empire State Building ou no World Trade Center... Quem
sabe nosso assassino chegando ao Central Park noturno e confundindo a natureza
com Crystal Lake? Sendo atropelado na Ponte do Brooklyn? Já imaginaram Jason
fatiando bundas na Broadway?!... Tantas ideias poderiam ter sido executadas,
mas no lugar, temos um assassino focado somente no casal de jovens principais,
andando pelas ruas sem se preocupar com as outras pessoas; inclusive na
perseguição do metro, onde fica ao lado de VÁRIAS vitimas inocente, mas não
encosta em ninguém, somente segue seu objetivo duvidoso. Pô, ta ficando velho
Jason?
Já imaginaram Jason no metro? Pois bem.
Devo destacar uma cena inesquecível
na Time Square, onde Jason passa ao lado de um grupo de punks e literalmente
acerta uma “bicuda” no rádio que eles ouviam músicas. Imediatamente, os punks
sacam suas facas e ameaçam matar nosso assassino, no entanto, basta Jason virar
e levantar sua máscara que todos saem correndo desesperados pelo meio da rua
(kakaka). Nosso maníaco chegou na cidade grande no melhor estilo. Por falar
nisso, reza uma lenda da produção, que enquanto gravavam as cenas na cidade, ninguém
dos moradores foi avisado, ocasionando um infarto inesperado quando um homem
avistou Jason vagando pelas ruas (apesar da história ser bem conhecida, nada
foi confirmado). Outra curiosidade da produção, é que a atriz Sharlene Martin
(interpretando a abusada Tamara) estava morrendo de vergonha com a cena em que
tinha de ficar pelada para morrer; acontece que nosso diretor Rob Hedden, para
deixar a atriz mais confortável, tirou a própria roupa e ficou peladão no set.
Sim pessoal, filmes de baixo orçamento e suas histórias bizarras (rsrs).
Quando sobram somente Rennie e Sean,
os dois entram no sistema de esgoto da cidade, como única alternativa restante.
Jason os segue e acaba matando um funcionário publico que trabalhava no local.
Ele avisa que toda meia noite em NY acontece uma descarga tóxica, a qual limpa
todos os esgotos, então os dois só tinham 10 minutos para sair do local.
Desesperada quando Sean é atacado e desmaia, Rennie encontra um pote cheio de
ácido, e na primeira oportunidade que tem, joga o conteúdo no rosto do
assassino. Pessoal... Essa garota consegue foder nosso velho Jason com uma
beleza... Sem contar que ele arranca a máscara desesperado e gritando de dor,
seu rosto é revelado esfumaçando como se só soubesse fazer isso.
Sean & Rennie, o último casal agitado.
Ela aproveita para fugir, deixando
Jason cambaleando de um lado para o outro, sem conseguir desenvolver nenhuma
atitude. Ao tentarem fugir do esgoto, a descarga tóxica começa, e vemos um
Jason completamente desesperado, chamando sua mãe e pedindo para não se afogar
(com sua voz de garoto), e até mesmo vomitando. Rennie conseguiu detonar nosso
assassino de uma maneira rápida e cruel... Ácido... Por que ninguém tinha
pensado nisso antes? É genial no contesto “cidade grande”, se referindo a
grande poluição tóxica e esgotos contaminados pelo próprio homem. Talvez, se
nosso velho Jason não tivesse embarcado naquele navio maldito e ficado nas
regiões de Crystal Lake, isso nunca teria acontecido. Acompanhá-lo morrendo ali
como um desconhecido, longe da sua origem, nos esgotos da metrópole, é tenso e satisfatório
ao mesmo tempo. Dessa vez sabemos que foi pra valer (ou não).
Quando a descarga tóxica abaixa, não
encontramos mais o assassino deformado abandonado no chão, mas sim, uma criança
normal, descansando tranquila; no caso o próprio Jason criança. É como se a
descarga tóxica tivesse arrancado toda a “sujeira” e elementos negativos de
dentro do rapaz. É como se o nome “Jason Voorhees”, fosse somente uma
referência de algum homem negativo e poluído, que agora foi esvaído junto da
venenosa escória da cidade que nunca dorme. Quando vemos a icônica máscara de
hóquei flutuando no liquido esverdeado, totalmente deteriorada pelo acido,
temos certeza que o nosso verdadeiro Jason se foi para sempre. Um raio atinge a
Estátua da Liberdade, e mesmo os mais conservadores conseguindo respirar
aliviados, ainda sentimos que um grande legado do horror estava se acabando.
O fim de uma longa lenda.
Novamente aos embalos de The Dark
Side of the Night, vemos Rennie e Sean, os dois sobreviventes da “última”
matança do maníaco, encontrando o cachorro Toby (!!!), que ficou perdido quando foram
assaltados. Mesmo com o dia amanhecendo, os créditos finais sobem em uma Time
Square totalmente agitada pela movimentação matinal; com a população mal
sabendo, em uma cidade agitada e cheia de crimes como NY, que um grande ícone do
horror descansava nos esgotos sujos. Mais um dia normal na cidade grande. Jason
se foi em silêncio.
Está querendo se divertir? Assista
Sexta-Feira 13 Parte VIII – Jason Ataca em Nova York (1989), e aprecie calmamente os
pouco mais de 90 minutos de trama. Esse filme é bom para se curtir a madrugada
e até mesmo para quem já estava enjoado de acompanhar o “mais do mesmo” na
região de Crystal Lake. Junto com o verdadeiro Jason Voorhees, nossa maratona
vai ficando por aqui, marcada por bons momentos e boas análises. Lembram lá do
primeiro filme? Quando Pamela Voorhees ainda era a assassina da matança e não tínhamos
nada disso... Muita coisa mudou com o tempo, e tivemos a oportunidade de
acompanhar juntos cada detalhe assustador. A franquia Sexta-Feira 13 é uma ótima referência em cultura individual e qualidade simples, que certamente
funciona até os dias atuais, não com a mesma carga dramática, mas com a mesma
nostalgia e interpretações emocionais. Vale a pena ser assistida muitas vezes e
sempre será lembrada na humanidade, independente dos futuros
incertos que eram charme naquela boa época.
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TRAILER DE 1989:
CONTAGEM DE CORPOS (20 em tela):
Assassino Jason Voorhees:
Jim: estômago arrancado com arpão.
Suzi: furada com lança.
J.J.: acertada na cabeça com uma guitarra.
Boxer: carvão de sauna esfiado no estômago.
Tamara: golpeada inúmeras vezes por cacos de vidro.
Jim Carlson: arpão nas costas.
Comandante Robertson: garganta cortada por machete.
Eva: estrangulada.
Wayne: eletrocutado em painel de energia.
Miles: empalado na antena do navio.
Zelador do navio: machadada nas costas.
Membro da gangue #1: golpeado nas costas por seringa.
Membro da gangue #2: cabeça esmagada em cano.
Julius: decapitado por um único soco.
Policial: arrastado até um beco (morte offscreen).
Charles: afogado em um barril com esgoto.
Trabalhador do esgoto: acertado na cabeça por machado.
OUTRAS MORTES:
Membro da tripulação: baleado acidentalmente por Wayne.
Colleen: carbonizada em explosão de carro.
Jason Voorhees: ácido jogado no rosto e afogado em descarga tóxica.
Jason Voorhees: ácido jogado no rosto e afogado em descarga tóxica.
Concordo plenamente com sua opinião que a franquia acaba nesta oitava parte... Tanto que a minha coleção só vai até essa parte.
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