sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Sexta-Feira 13 Parte VIII - Jason Ataca em Nova York (1989) - Crítica

AVISO DE PERIGO: essa crítica é detalhada e contém SPOILERS, portanto se ainda não conferiu o filme, leia por risco próprio.
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Muitos podem discordar de minha opinião, mas Sexta-Feira 13 Parte VIII – Jason Ataca em Nova York (1989) é um de meus filmes preferidos, por isso essa crítica vai acabar sendo bem longa. Posso ter assistido em excesso durante minha vida (desde criança), no entanto, ele parece ter um charme único e sofisticado, seja pela sua estética noturna e suja, ou talvez pela grande tentativa de inovação que os produtores tentaram novamente. Uma mistura de nostalgia gratificante, boas músicas e um clima forte de cidade grande, realçado pelo final da década de 80. O filme é criticado por vários motivos, um deles é o fato de Nova York aparecer somente nos últimos 30 minutos de projeção, mas particularmente esse fator não me incomoda mais; após acompanhar o filme inúmeras vezes e com vários olhares, você passa a desenvolver aceitação pela trama cheia de furos e muitos, MUITOS clichês. A Paramount já estava saturada com uma franquia de 8 filmes em 9 anos (indo de 1980 até 1989)... O que deveriam fazer depois de tanto?

Lembrando que com essa crítica, o Portal Tartárico termina a longa maratona da franquia que durou os últimos dois meses. Foi um capítulo por semana e, surpreendentemente, ainda temos muitos pela frente; acontece que após esse lançamento, a franquia deu um tempo até 1993, quando trouxeram o péssimo Jason Vai para o Inferno. Todos sabem que os anos 90 não foram amigos de Jason e suas películas sangrentas, e em minha opinião (assim como de muitas pessoas) é de que a franquia ACABA AQUI no oitavo episódio. Essa ideia tem mais potencial ainda com o final, que vamos conversar mais para frente na crítica. De qualquer jeito, o Blog vai postar suas análises sobre os próximos capítulos, mas não junto da nossa eterna maratona que acaba de se encerrar com grande estilo e muito sangue.

As coisas não deram muito certo com a recepção desse filme, porque ele acabou tendo a bilheteria mais baixa da franquia (14,3 milhões), isso fez a Paramount vender os direitos da franquia para a New Line Cinema (que futuramente viria a resultar no crossover Freddy X Jason em 2003). O complicado é que a franquia não foi aposentada de uma vez; mesmo com os baixos lucros e má recepção, a New Line decidiu continuar produzindo os filmes da série, lançando bombas que custaram a ser detonadas no consciente do público. Todas essas intrigas e confusões estarão presentes na crítica do próximo filme, quando a franquia já estava fora das mãos de quem a consagrou.

Rob Hedden assume a cadeira do diretor, e pra ser sincero, mesmo com o baixo orçamento e reputação decadente, o rapaz faz um bom trabalho. Isso que é gratificante na franquia Sexta-Feira 13: desde o clássico de 1980, diversos diretores mostraram sua visão profissional em cima de cada obra. Obviamente, isso deixa o caminho aberto para muitos furos de continuidade, mas isso não interfere no real valor que esses filmes trazem para a cultura pop e para uma legião de fãs que acompanham cada detalhe amargo. Independente de tudo, a lenda original e o personagem de Jason Voorhees foram sempre tratados com carinho e lealdade, se tornando a maior prova da união de tantas projeções.

Vou ser sincero, só gosto de assistir esse filme na fita VHS da época. Sem contar que é a última fita produzida pela CIC Video (produzindo os rolos desde a Parte II), a companhia introduz um longo trailer antes da projeção, com várias cenas dos filmes mais clássicos já lançados por ela (com ótima trilha sonora). São pequenos detalhes que fazem a diferença, e nos trazem boas sensações. Após o “novo” logo da Paramount aparecer na tela com o “ki-ki-ki, ma-ma-ma”, que já é clássico da série, temos a primeira imagem de Nova York, numa madrugada agitada pelos brilhos da Time Square. No ritmo da marcante The Dark Side of the Night (clique aqui para ouvi-la), a canção oitestista que vai abrir e fechar o filme. Vemos as letras vermelhas com o titulo da produção, que nos proporciona uma nostalgia única, com a mistura da música e a narração dramática do Disk Jockey afirmando que “vivemos em claustrofobia numa terra de aço e concreto, cercada por águas escuras.” (confiram o som para entrar no clima, recomendo).

A energia é forte nessa abertura.

Temos muitas cenas de uma Nova York suja e poluída; nada de parques floridos e prédios quentes nas tardes de sol, aqui temos muita sujeira, becos esfumaçados, prostitutas e mendigos, tudo realçando a hesitante energia noturna que a película carrega com elegância. Só queremos ver Jason detonando nesses lugares (inclusive, os locais mostrados nessa abertura são, de fato, os que o assassino vai passar futuramente na trama). Quando a música vai acabando, vemos uma última tomada da Estátua da Liberdade, antes da câmera afundar debaixo d’água, e emergir após os créditos iniciais, já na colônia Crystal Lake.

Aqui começa o primeiro furo dos roteiristas: um iate navegando no meio do icônico lago que Jason se afogou (3 vezes, por sinal rsrs). Sim, um iate, no LAGO... Como diabos um iate foi parar no meio de Crystal Lake?! Mas enfim, aparentemente após os eventos de A Matança Continua, o lago gerou um ligamento com o oceano (então, tecnicamente, não é mais um lago), só que esses detalhes não são importantes na santa cabeça dos produtores, porque nem se deram o luxo de explicar coisa alguma. Só jogaram a situação ali.

Dentro desse iate conhecemos o casal de jovens, Jim, que mais parece o Cazuza na boa fase, e Suzi, a típica garota que se assusta com qualquer coisa e tem um berro desgraçado de irritante. Os dois estão rumando até um navio chamado SS Lazarus, onde vai acontecer um cruzeiro até a majestosa Nova York. Eles estão no clima, bebendo com graciosidade (rsrs), quase prontos para as preliminares banhadas ao som do Disk Jockey da rádio, que alerta os jovens tarados sobre os perigos da cidade que nunca dorme.

Mais uma noite preocupante em Crystal Lake.

Como todos se lembram, Jason foi afogado novamente no último capítulo, e seu corpo se encontra cravado em destroços de uma ponte e rochedos, no fundo do lago que, de fato, é seu verdadeiro inimigo silencioso. Já sabemos que alguma coisa vai acontecer, e dessa vez capricham na dose: a âncora do iate fica preso em um grosso fio de energia (???), provocando várias séries de curtos circuitos que não só causam um blecaute na colônia, como também trazem o nosso velho Jason de volta ao dom da vida. A cena que suas duas mãos emergem do lago lentamente (com as luvas amarelas usadas desde a Parte VI, agora pretas e pegajosas) para subir na escadinha da embarcação é memorável.

Aqui rola outro furo que me deixa triste: Jim tem uma máscara idêntica a que Jason usava; mas quando digo “idêntica”, é IDÊNTICA MESMO... Até mesmo o corte na parte superior (que Jason ganhou no terceiro filme, após receber uma machadada de Chris) está do mesmo jeito. Se lembram que Tina rachou a máscara ao meio no final do último filme? Como Jim tem uma idêntica?! Parece que a produção tentou fazer tudo na pressa, resultando nos buracos que percorrem a trama; podiam ter tido outras ideias ou explicado melhor a situação, mas a pressa falou muito mais alto.

Mais forte e mais irritado.

Então, Jason pega um arpão de pressão e a máscara “nova” (veremos seu rosto somente no final da projeção, como de costume). É interessante ver que Jason realmente dispara o arpão contra Suzi (mas erra), porque como todos sabem, uma boa parte dos assassinos de slasher movies tem o estranho costume de acertar suas vitimas com o instrumento, ou então atravessar sua presa com a espingarda (como no caso de Michael Myers em Halloween 4). A última vez que havíamos visto Jason disparando uma arma foi na já distante Parte III (sua primeira morte após conseguir a máscara de hóquei)... Isso seria uma homenagem? Cada vez que Jason pega uma máscara “nova” a morte que segue é com arpões e disparos? Curioso, se pensar bem.

Depois de Jason acabar com os dois, conhecemos o tal SS Lazarus, já na manhã seguinte. Ancorado no litoral, o navio é pouco sofisticado e cheio de jovens dos quais a franquia tanto gosta. Acontece que o iate a deriva acaba descendo o “lago” e chegando até o litoral que o navio se encontra (como já mencionado, agora Crystal Lake tem um ligamento com o oceano), e Jason acaba vendo seu novo objetivo, embarcando no famoso “navio do amor”. Uma questão discutível: todos sabem que o nosso maníaco SEMPRE ficou pela região de Crystal Lake, provocando suas matanças em vários lugares próximos ao decorrer dos filmes, como Packanack Lodge (na Parte II), Higgins Haven (na Parte III) e até mesmo a própria colônia (na Parte VI e VII), assim como sua mãe, Pamela Voorhees, havia feito no primeiro filme (leia aqui). A questão é: depois de assassinar os jovens no iate, Jason já estava diante de seu “local preferido”, então por que seguiu caminhada e decidiu embarcar no navio rumo a NY? Sem maiores motivos? Enjoou das árvores? No entanto, é sensacional ver nosso assassino em locais diferentes, e o filme carrega um clima marítimo muito forte.

Embarcando sem pagar nada (o mundo é dos espertos).

Um destaque que ainda não mencionei: nesse capítulo temos o retorno de Kane Hodder interpretando Jason (já tendo feito o anterior e permanecendo até Jason X em 2001); Hodder é imortal no papel, conseguindo agregar personalidade no homem por trás da máscara. A aparência de Jason também é uma de minhas preferidas, sua pele não está marrom como no antecessor, pois pareceu desenvolver um forte tom perolado. Trajando desde o terceiro filme, sua roupa SEMPRE parece estar molhada e pegajosa, fora o tom extremamente amarelado que vemos na máscara (provavelmente pelo óleo e produtos tóxicos que o navio despejou nas águas da região).

Conhecemos então nossa bonita final girl, Rennie (Jensen Daggett), uma garota que carregada um passado perverso e tem medo de água. Rennie foi trazido na viagem pela sua tia Colleen (Barbara Bingham). Acontece que Rennie é altamente protegida pelo seu tio insuportável, Charles McCulloch (Peter Richman), um professor de biologia velhote, chato e com postura elegante (sério, vamos torcer para esse cara morrer o mais doloroso possível). Pois bem, chegou a hora de apresentar os jovens da vez (já foram tantos durante nossa maratona), todos prontos para embarcarem na “viagem de suas vidas”: o pacato Sean (Scott Reeves), filho do capitão Robertson, que vive recebendo “ordens comportadas” do pai, e carrega certo desgosto por isso. O boxeador Julius, que se diz “imbatível”. Temos também Wayne, um rapaz que pensa se tornar cineasta e sempre está por ai com sua câmera de vídeo; por sinal, ele é apaixonado pela gostosona Tamara, uma loura linda que está tentando levar sua amiga, Eva, para o caminho errado. Sobra espaço para a aspirante a estrela do rock, J.J. Jarrett, uma punk que sempre está portando sua guitarra roxa e um amplificador.

A noite é uma criança, sempre.

Após embarcar no navio, Jason já começa sua matança pela artista musical, enquanto a mesma testa o eco da guitarra nos andares inferiores da embarcação. Jason é tratado de uma maneira diferente aqui, pois parece que sempre chega em algum lugar antes que sua vitima (um clichê do gênero). Em algumas cenas, é impossível ele ter se locomovido tão rápido, isso denuncia um tratamento diferente depois de tantos filmes e evoluções, visando mais a mitologia sobrenatural (que nessa etapa do campeonato, era o certo), do que um simples homem normal provocando assassinatos; Jason já passou dessa fase há muito tempo, lá atrás, quando Tommy Jarvis o detonou com um facão. Agora, no oitavo filme, o “homem” já fora deixado para trás, porque Jason havia se tornado uma lenda viva e forte.

Guitarrada mortal.

A protagonista, Rennie, é muito boa. Em certo ponto da trama, a garota começa ter visões e alucinações com Jason ainda criança, na época que havia se afogado pela primeira vez na colônia Crystal Lake. Essas visões, combinadas com seu medo por água, despertam a curiosidade do público, ao perceberem que ela pode ter encontrado Jason em algum ponto do passado. Isso de fato aconteceu: quando criança, Rennie foi empurrada no lago da colônia pelo seu tio Charles (o desgraçado estava tentando "ensinar" sua sobrinha a nadar); quase se afogando, a menina pode jurar que viu Jason, ainda criança, tentando puxá-la para as profundezas do lago. Depois desse dia, sempre que está próxima da água, ela sente e presença daquele menino, e até o vê em alucinações.

Temos as tramas paralelas como sempre, principalmente envolvendo a charmosa Tamara. A mulher marca presença na viagem: quase provoca o afogamento da nossa protagonista, quando derruba a mesma do parapeito da embarcação (vadia), seduz o professor Charles e o beija, somente para gravar em vídeo e poder usar contra ele; também convence sua “amiga”, Eva, a experimentar cocaína numa bela noite, fatiada no clássico espelho. Outro fator diferente na franquia: em quase todos os capítulos temos maconha presente (até mesmo em bong), já nesse longa, introduziram cocaína e heroína, talvez para demonstrar o clima de “cidade grande e obscura”. Claro, não demora muito para Charles aparecer de supetão e pegarem as garotas no flagra.

Da esquerda para direita: Colleen, Sean, Charles e Rennie.

Jason vai matando um por um na embarcação, até mesmo o capitão Robertson (pai de Sean) e boa parte da tripulação. Como é de se imaginar, logo a noite chega com uma tremenda tempestade, e as coisas só pioram para os jovens. Existe um marinheiro (zelador, na verdade), que é muito parecido com Crazy Ralph nos dois primeiros filmes, alertando os jovens em tom dramático que viu Jason Voorhees descendo o rio e embarcando no navio. Ninguém acredita, mas quando os corpos começam a aparecer, tudo fica muito suspeito.

A morte do “cineasta” Wayne basicamente fode a porra toda. Jason arremessa seu corpo em um painel de energia na sala de máquinas, provocando um incêndio que ocasionara no naufrágio do navio. Isso mesmo, o navio começa a afundar com Jason matando todo mundo durante a tempestade forte, não tem como ser mais positivo. Como sugere o titulo da projeção, não vou ficar perdendo tempo contando as mirabolantes tramas que acontecem nesse maldito navio. Todos querem ver Jason em Nova York, e é nisso que vou focar agora.

As alucinações de Rennie.

O SS Lazarus afunda e poucos sobrevivem, em particular Rennie e Sean (que já estão se pegando há um bom tempo de filme), Colleen e Charles (infelizmente esse velho lazarento ainda não morreu) e o boxeador Julius, que todos pensavam ter se afogado; não posso esquecer do cachorro de Rennie, Toby, sempre protegendo sua dona com lealdade.

Eles embarcam em um bote salva-vidas, e seguem sem rumo pelo oceano. Não vemos o que aconteceu com Jason depois que o navio afundou, mas sabemos que não vai demorar em aparecer. Depois de um dia inteiro navegando sem rumo, eles FINALMENTE avistam a majestosa Estátua da Liberdade, preenchendo as inúmeras luzes no horizonte que brilham na noite. Conseguimos sentir o alivio e a alegria dos sobreviventes, porque estávamos esperando por esse momento desde que a película começou. Destaque para Julius cantando “New York, New York” de Frank Sinatra enquanto chegam na metrópole. Lembram dos lugares que vimos na abertura? Pois bem, é nessa área que eles desembarcam, nas regiões sujas da cidade, onde o crime é constante nas noites. Jason também aparece saindo do oceano um pouco depois, pelo visto, ele seguiu o bote salva-vidas até chegar na cidade. Logo rola uma cena memorável em que nosso assassino encontra um outdoor gigante da “Eastern Hockey League”, e fica imóvel observando a enorme máscara idêntica a que usa. Sensacional.

Um pouco longe de casa.

Por ter aparecido somente depois da metade, muitas coisas acontecem em NY, para o bem e para o mal dos nossos sobreviventes: eles são assaltados e Rennie é sequestrada, drogada e blá, blá, blá... Muitas situações que não fazem muito sentido. Charles é gênio o suficiente para sugerir que “se separem” na cidade grande, no intuito de encontrar ajuda mais rápido. Sério? Se separar em NY? Esse não é o melhor jeito de ficar PERDIDO?! Por sorte, ele não demora para morrer, quando Jason o afoga em um daqueles barril cheio de esgoto, típico dos becos esfumaçados. Diferente do Dr. Crews no filme anterior, aqui vemos Charles sofrendo muito, e implorando por sua vida desgraçada. Nada mais satisfatório.

Infelizmente, não acompanhamos Jason em muitos pontos famosos da cidade, somente a movimentada Time Square, becos escuros, o metro e um restaurante meia boca (inclusive, o cozinheiro do local é Ken Kirzinger, que viria a interpretar o assassino em Freddy X Jason). Vamos falar a triste verdade: todos queriam ver o maníaco em outros pontos, como talvez, emergindo próximo da icônica Estátua da Liberdade, arrancando cabeças no Madison Square Garden, perseguindo inocentes no Empire State Building ou no World Trade Center... Quem sabe nosso assassino chegando ao Central Park noturno e confundindo a natureza com Crystal Lake? Sendo atropelado na Ponte do Brooklyn? Já imaginaram Jason fatiando bundas na Broadway?!... Tantas ideias poderiam ter sido executadas, mas no lugar, temos um assassino focado somente no casal de jovens principais, andando pelas ruas sem se preocupar com as outras pessoas; inclusive na perseguição do metro, onde fica ao lado de VÁRIAS vitimas inocente, mas não encosta em ninguém, somente segue seu objetivo duvidoso. Pô, ta ficando velho Jason?

Já imaginaram Jason no metro? Pois bem.

Devo destacar uma cena inesquecível na Time Square, onde Jason passa ao lado de um grupo de punks e literalmente acerta uma “bicuda” no rádio que eles ouviam músicas. Imediatamente, os punks sacam suas facas e ameaçam matar nosso assassino, no entanto, basta Jason virar e levantar sua máscara que todos saem correndo desesperados pelo meio da rua (kakaka). Nosso maníaco chegou na cidade grande no melhor estilo. Por falar nisso, reza uma lenda da produção, que enquanto gravavam as cenas na cidade, ninguém dos moradores foi avisado, ocasionando um infarto inesperado quando um homem avistou Jason vagando pelas ruas (apesar da história ser bem conhecida, nada foi confirmado). Outra curiosidade da produção, é que a atriz Sharlene Martin (interpretando a abusada Tamara) estava morrendo de vergonha com a cena em que tinha de ficar pelada para morrer; acontece que nosso diretor Rob Hedden, para deixar a atriz mais confortável, tirou a própria roupa e ficou peladão no set. Sim pessoal, filmes de baixo orçamento e suas histórias bizarras (rsrs).

Quando sobram somente Rennie e Sean, os dois entram no sistema de esgoto da cidade, como única alternativa restante. Jason os segue e acaba matando um funcionário publico que trabalhava no local. Ele avisa que toda meia noite em NY acontece uma descarga tóxica, a qual limpa todos os esgotos, então os dois só tinham 10 minutos para sair do local. Desesperada quando Sean é atacado e desmaia, Rennie encontra um pote cheio de ácido, e na primeira oportunidade que tem, joga o conteúdo no rosto do assassino. Pessoal... Essa garota consegue foder nosso velho Jason com uma beleza... Sem contar que ele arranca a máscara desesperado e gritando de dor, seu rosto é revelado esfumaçando como se só soubesse fazer isso.

Sean & Rennie, o último casal agitado.

Ela aproveita para fugir, deixando Jason cambaleando de um lado para o outro, sem conseguir desenvolver nenhuma atitude. Ao tentarem fugir do esgoto, a descarga tóxica começa, e vemos um Jason completamente desesperado, chamando sua mãe e pedindo para não se afogar (com sua voz de garoto), e até mesmo vomitando. Rennie conseguiu detonar nosso assassino de uma maneira rápida e cruel... Ácido... Por que ninguém tinha pensado nisso antes? É genial no contesto “cidade grande”, se referindo a grande poluição tóxica e esgotos contaminados pelo próprio homem. Talvez, se nosso velho Jason não tivesse embarcado naquele navio maldito e ficado nas regiões de Crystal Lake, isso nunca teria acontecido. Acompanhá-lo morrendo ali como um desconhecido, longe da sua origem, nos esgotos da metrópole, é tenso e satisfatório ao mesmo tempo. Dessa vez sabemos que foi pra valer (ou não).

Quando a descarga tóxica abaixa, não encontramos mais o assassino deformado abandonado no chão, mas sim, uma criança normal, descansando tranquila; no caso o próprio Jason criança. É como se a descarga tóxica tivesse arrancado toda a “sujeira” e elementos negativos de dentro do rapaz. É como se o nome “Jason Voorhees”, fosse somente uma referência de algum homem negativo e poluído, que agora foi esvaído junto da venenosa escória da cidade que nunca dorme. Quando vemos a icônica máscara de hóquei flutuando no liquido esverdeado, totalmente deteriorada pelo acido, temos certeza que o nosso verdadeiro Jason se foi para sempre. Um raio atinge a Estátua da Liberdade, e mesmo os mais conservadores conseguindo respirar aliviados, ainda sentimos que um grande legado do horror estava se acabando.

O fim de uma longa lenda.

Novamente aos embalos de The Dark Side of the Night, vemos Rennie e Sean, os dois sobreviventes da “última” matança do maníaco, encontrando o cachorro Toby (!!!), que ficou perdido quando foram assaltados. Mesmo com o dia amanhecendo, os créditos finais sobem em uma Time Square totalmente agitada pela movimentação matinal; com a população mal sabendo, em uma cidade agitada e cheia de crimes como NY, que um grande ícone do horror descansava nos esgotos sujos. Mais um dia normal na cidade grande. Jason se foi em silêncio.

Está querendo se divertir? Assista Sexta-Feira 13 Parte VIII – Jason Ataca em Nova York (1989), e aprecie calmamente os pouco mais de 90 minutos de trama. Esse filme é bom para se curtir a madrugada e até mesmo para quem já estava enjoado de acompanhar o “mais do mesmo” na região de Crystal Lake. Junto com o verdadeiro Jason Voorhees, nossa maratona vai ficando por aqui, marcada por bons momentos e boas análises. Lembram lá do primeiro filme? Quando Pamela Voorhees ainda era a assassina da matança e não tínhamos nada disso... Muita coisa mudou com o tempo, e tivemos a oportunidade de acompanhar juntos cada detalhe assustador. A franquia Sexta-Feira 13 é uma ótima referência em cultura individual e qualidade simples, que certamente funciona até os dias atuais, não com a mesma carga dramática, mas com a mesma nostalgia e interpretações emocionais. Vale a pena ser assistida muitas vezes e sempre será lembrada na humanidade, independente dos futuros incertos que eram charme naquela boa época.
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TRAILER DE 1989:

CONTAGEM DE CORPOS (20 em tela):
Assassino Jason Voorhees:
Jim: estômago arrancado com arpão.
Suzi: furada com lança.
J.J.: acertada na cabeça com uma guitarra.
Boxer: carvão de sauna esfiado no estômago.
Tamara: golpeada inúmeras vezes por cacos de vidro.
Jim Carlson: arpão nas costas.
Comandante Robertson: garganta cortada por machete.
Eva: estrangulada.
Wayne: eletrocutado em painel de energia.
Miles: empalado na antena do navio.
Zelador do navio: machadada nas costas.
Membro da gangue #1: golpeado nas costas por seringa.
Membro da gangue #2: cabeça esmagada em cano.
Julius: decapitado por um único soco.
Policial: arrastado até um beco (morte offscreen).
Charles: afogado em um barril com esgoto.
Trabalhador do esgoto: acertado na cabeça por machado.
OUTRAS MORTES:
Membro da tripulação: baleado acidentalmente por Wayne.
Colleen: carbonizada em explosão de carro.
Jason Voorhees: ácido jogado no rosto e afogado em descarga tóxica.

Um comentário:

  1. Concordo plenamente com sua opinião que a franquia acaba nesta oitava parte... Tanto que a minha coleção só vai até essa parte.

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