segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Re-Animator - A Hora dos Mortos-Vivos (1985) - Crítica

AVISO DE PERIGO: essa crítica é detalhada e contém SPOILERS, portanto se ainda não conferiu o filme, leia por risco próprio.
________________________________________________

A grande questão é: quem não gosta de um macabro trash profissional de vez em quando? Quase todos os fãs dos slasher provavelmente amam esse tipo de produção. Ahh, os anos 80... Uma época que os produtores não estavam totalmente preocupados com o que iriam mostrar em tela para milhares de pessoas. Era uma época em que se via de tudo, e se encontrava de tudo. Alguém se lembra de filmes como O Massacre na Festa do Pijama (1982) e O Rato Humano (1988)? Parecem produções que você encontraria hoje quando passasse em frente ao cinema? É claro que não, essas são perolas que somente a década de oitenta pode proporcionar. Desta vez, a criatividade dos produtores de filmes gore foi, sem sombra de dúvidas, muito ousada. Re-Animator (1985) é um clássico que muitos não conhecem, mas precisam fazer isso o mais rápido possível (principalmente os jovens pupilos cursando Medicina). Quer ver muito sangue e membros decepados em laboratório? Cabeças, crânios e muitos dedos arrancados? Personagens dramáticos? Maquiagem de primeira qualidade? Zumbis macabros? Ficção cientifica?! Re-Animator tem tudo isso e muito mais!

Quem deu o santo pontapé inicial (não só no filme, como na carreira) foi o diretor Stuart Gordon, hoje em dia muito conhecido no gênero pelos envolvimentos em O Dentista (1996), Dolls (1987) e mais uma porrada de filmes recordáveis. A história foi vagamente baseada no livro Herbert West – Reanimator, clássico de 1931, escrito pelo mestre do horror literário H. P. Lovecraft (Stuart Gordon também viria a adaptar outro conto de Lovecraft em 2001, o elogiado Dagon). A trama se mostra esperta ao focar no tema de “vida após a morte” sem nunca mencionar nenhuma religião; aqui temos um filme da ciência, isso já se torna bastante visível somente pelo pôster original lançado na época (a foto acima), que acompanha o raro VHS lançado pela extinta VTI, onde temos o filme (na versão sem cortes) com uma qualidade completamente saturada (agregando imensa qualidade na projeção), e legendas brancas, algo muito difícil de ver em fitas de vídeo, que sempre optaram pelas fontes amarelas. A produção de Brian Yuzna (veterano conhecido no gênero) continua linda. Por sorte, para quem não tem a oportunidade de assistir no VHS, a produção pode ser facilmente encontrada no Youtube com legendas, e ainda na versão sem cortes!

Re-Animator não é somente um trabalho sobre a reanimação após a morte, os temas explorados são muito mais profundos, ainda assim, a produção é completamente recheada com o bom e velho humor negro, que desta vez veio para ficar marcado. Acredite se quiser, em certo momento da trama, você acompanhará uma cabeça decepada fazendo sexo oral em uma pobre garota! Isso é somente uma das pérolas vistas por aqui, já que esse filme nos apresenta o eterno personagem Herbert West (Jeffrey Combs), jovem médico independente que desenvolve um soro químico especial, conhecido como Reanimator (substancia verde fluorescente), que consegue trazer os mortos de volta a vida.

Os detalhes que fazem a diferença!

Logo na primeira cena já descobrimos isso, ao vermos Herbert West na tentativa de reanimar seu antigo professor, o pesquisador Dr. Gruber, numa Universidade na Suíça. O experimento vai por água abaixo, pois os policiais chegam e o pegam esvaziando uma seringa no cadáver, que se levanta violentamente com seu rosto explodindo de dentro para fora (!!!). Quando o corpo volta para o chão, West é acusado pela professora do local: “Você o matou!”. O médico lança um último olhar dramático para o corpo antes de responder: “Nada disso! Eu lhe dei vida!”.

Então somos presenteados com o título Re-Animator em icônicas letras verdes, trazendo uma estética cientifica e misteriosa na abertura. A trilha sonora do filme é basicamente idêntica à canção tema de Psicose (1960), inclusive, para os mais desavisados, pode até parecer um plagio descarado. Enquanto acompanhamos os créditos iniciais, a edição nos mostra desenhos bizarros (principalmente nas cores verde e roxo) de anatomias humanas, globos oculares e outras figuras que só servem para realçar o tema proposto. É uma montagem meio longa, mas acaba se tornando viciante, pois a trilha sonora contagia e fica na cabeça (clique aqui para ouvir).

A maquiagem dos anos 80 continua excelente!

Essa abertura é suficiente para sabermos o que vamos encontrar durante os 104 minutos brutos de projeção. O médico/cientista Herbert West é completamente pirado nas ideias, apesar de possuir uma inteligência abrangente. O maluco se muda para Arkaham, Massachussets, com o objetivo de “trabalhar” na Escola de Medicina Miskatonic, local onde vamos acompanhar as melhores cenas do filme. É um hospital completo (incluindo necrotério), com aquele clima típico claustrofóbico que quase ninguém suporta. No lugar, conhecemos o médico determinado Dan Cain (Bruce Abott), o protagonista herói da vez. Como descrever Dan Cain? Simples: ele é basicamente idêntico ao personagem Ash Williams (interpretado por Bruce Campbell) na trilogia Evil Dead; um rapaz ingênuo e despreocupado que acaba sendo envolvido na tragédia involuntariamente, caindo na situação que nem um pato mole. Cain namora Meg (Barbara Crampton), a mulher que mais vai sofrer no filme, carregando seus valores emocionais. Meg é filha do Dr. Halsey (Robert Sampson), o veterano que comanda o hospital.

Herbert West e Dan Cain.

West já chega no local causando: primeiro ele arranja treta com o Dr. Hill (David Gale), provavelmente o profissional mais ambicioso da equipe, o qual ficou famoso por criar uma chapada broca cirúrgica a laser que facilita o procedimento da lobotomia (sério, esse roteiro é muito criativo); Dr. Hill também defende a teoria que o cérebro só funciona de 6 a 12 minutos após a morte, informação que não agrada West nem um pouco, pois o mesmo acredita na reanimação independente do período passado. Não demora muito para ele conhecer o médico Cain, se aproximando rapidamente do rapaz, principalmente por dois motivos: Cain é um profissional que possui problemas para aceitar a morte, isso já se torna visível em sua primeira cena, onde tenta reanimar uma mulher obesa na maca do hospital, sem sucesso após inúmeras tentativas; Cain também tem fácil acesso ao necrotério do local, oportunidade perfeita para West usar os corpos em suas experiências macabras. Como ele se aproxima do rapaz? Com muita facilidade, pois Cain estava alugando um dos quartos em sua residência, e assim sendo, o misterioso West se muda logo no começo do filme, sempre com seus óculos enormes, olhar penetrante e postura admirável.

Administrando a droga.

Quem não gosta do novo inquilino é Meg, a namorada de Cain. Ela desconfia dos motivos pelo qual o cientista passa o dia todo trancado no quarto. Cain tenta apaziguar a situação, falando que ele é um rapaz reservado, mal sabendo o que realmente estava acontecendo ali dentro.

Em uma das cenas mais intrigantes, West testa o soro no gato de Meg para reanimá-lo (encontrou o felino morto, segundo ele), isso no porão da residência altas horas da madrugada. Cain acorda com gritos assustadores e, ao ir verificar, acaba encontrando o cientista tentando matar o gato novamente, pois o mesmo voltou dos mortos e agora se encontrava alucinado, agonizando violentamente e quebrando tudo ao redor. Nessa sequência, Cain tem conhecimentos das verdadeiras intenções de West, principalmente ao ver seu gato sendo reanimado depois de morrer duas vezes, já com a costela totalmente deslocada e gritos estarrecedores. “O nascimento sempre é doloroso”, lembra West.

O gato zumbi e suas sete vidas.

Cain é seduzido pelo cientista, quando o mesmo afirma que caso essa substancia venha a funcionar, eles se tornariam lendas e viveram para sempre. O soro verde fluorescente nunca deu certo em humanos, pois West acredita que o corpo da vitima precise estar totalmente fresco e sem danos maiores; no caso, ele precisa entrar no necrotério para conseguir algum cadáver em condições, e só Cain poderia ajudá-lo nesse plano alucinado. Mas então... Alguém realmente acredita que esse plano vai funcionar? É claro que não.

A noite que eles invadem o necrotério é um show memorável: ainda em horário de funcionamento, os dois procuram serem discretos, mas ao reanimarem um cadáver morto há algumas horas, a situação sai de controle. Desesperados, eles tentam impedir a criatura, mas quem acaba se ferrando é o veterano do hospital, Dr. Halsey, o pai de Meg, que acaba entrando no necrotério e tem uma morte linda de se acompanhar. A produção mostra seu valor, com dedos arrancados explicitamente a dentadas e peitos sendo perfurados com serra de ossos, tudo isso com aquele sangue vermelho forte que era bastante usado na época. O cadáver não era fresco o suficiente, por isso não deu certo.

West consegue matar o zumbi (em uma cena que foi censurada na versão de TV), mas o Dr. Halsey acaba morrendo violentamente. Agora o filme esquenta, pois West precisava de um corpo fresco, e é justamente isso que ele tem! Sem o consenso de Cain, ele injeta o soro no Dr. Halsey, e aproximadamente após 15 segundos da dosagem, ele retorna como um zumbi completamente doido e grotesco, mas ainda mantendo níveis mínimos de consciência, como audição e autocontrole.

West detonando sua primeira "cria".

Depois desse e muitos outros imprevistos, o filme só se torna MUITO mais violento e nojento. Em uma das cenas mais icônicas (que inclusive ilustra o pôster original), descobrimos que o ambicioso Dr. Hill (aquele que havia desenvolvido a broca cirúrgica a laser) estava com planos de roubar a formula de West. Revoltado, o cientista arranca a cabeça do Dr. Hill com golpes de pá (!!!), para desse jeito, começar a testar seu soro em membros decepados! Ele reanima a clássica cabeça na bandeja, conseguindo criar um dos zumbis mais charmosos que o gênero já ostentou. Decapitado, o sinistro homem de grande estatura fica andando por aí com sua cabeça na bandeja, somente a enchendo de sangue no fundo para conseguir “respirar”. A cabeça também parece desenvolver uma grande conexão com o corpo, sendo sua guia na hora da locomoção. Sem contar tudo isso, o zumbi rouba todas as anotações e fórmulas de West para injetar a droga em todos os corpos do necrotério!

Deixando claro que o zumbi não poderia combinar melhor com outra pessoa fora David Gale, que passa da elegância para a repulsa, tendo um dos desempenhos mais interessantes do filme. Herbert West é outro ponto positivo, ele tem um poder profundo quando se refere ao tema “vida após a morte”, sempre com frases de efeito e situações divertidas, como no momento em que provoca a overdose em um zumbi, injetando duas enormes seringas do soro em suas costas. Curiosidade: Jeffrey Combs e Barbara Crampton também trabalharam com o diretor Stuart Gordon em Do Além (1986), no ano seguinte.

Dr. Hill, o eterno zumbi consciente.

Cain também acaba se revelando um grande personagem quando entra em ação, me fazendo lembrar muito Bruce Campbell na franquia Evil Dead (tanto na aparência como no desempenho). Ele é uma hesitação entre coragem e covardia, se envolvendo nessa história macabra de maneira involuntária. Ele não suporta a morte, e faz de tudo para dominá-la profissionalmente. Depois da metade do filme, seu relacionamento com Meg começa a ser mais explorado, com bastantes cenas melodramáticas (aquelas com frases emocionais e música sentimental ao fundo). Meg, por sinal, protagoniza a sequência mais perturbadora, quando é sequestrada pelo Dr. Hill (que sempre foi obcecado por ela) sendo violentada sexualmente! Isso mesmo... Enquanto vemos a garota amarrada em uma mesa de autópsia (completamente pelada), a cabeça alucinada do Dr. Hill faz a festa! Leitores, essa cena é muito bizarra! Lembre-se: nunca assista a esse filme com algum parente da família, pois vai ser constrangedor! kkkk

O sexo como jamais visto!

Já na versão exibida na TV, essas cenas quase não existem, tamanho os cortes que a censura determinou. Essa edição do filme deixa vários momentos no escuro, principalmente no final, quando West e Cain vão salvar Meg no necrotério, e acabam trombando com uma dúzia de zumbis; enquanto na versão original temos tudo explicitamente mostrado em tela (como cabeças esmagadas), na censurada não vemos quase nada (fazendo a cena ter uma duração broxante). No entanto, na versão censurada foram adicionadas muitas cenas que deixaram a história mais completa e bem explicada, mas muitas são desnecessárias.

Os zumbis do Dr. Hill são todos manipulados. Isso foi possível devido a lobotomia feita pela broca cirúrgica a laser, entregando uma nova linha de zumbis, muito mais fortes e determinados. Mesmo com as situações exageras, temos uma violência bem pesada e chocante, desde cabeças esmagadas, membros decepados e, é claro, muito sangue. Olhem só a foto abaixo: um zumbi decapitado (Dr.Hill) enforcando outro (Dr. Halsey), que por sua vez, está esmagando uma cabeça com as próprias mãos! Isso, meu amigos, é o charme de Re-Animator!

Blood! The beautiful blood!

Até mesmo o pai de Meg (Dr. Halsey, transformado em zumbi) consegue ter deslumbres da realidade e os ajudam a acabar com o vilão manipulador; isso prova que a droga de West realmente funciona, mas precisa ser muito mais aprimorada para dar conta de sua premissa. A fórmula química do soro é o verdadeiro mistério, mas a trama é tão bem coordenada que nem procuramos se aprofundar nesse assunto, pois já somos ganhos com facilidade depois de tanta violência. No meio desse mar de bizarrices, o que faz a conexão com a realidade é novamente o amor entre Cain e Meg, algo que muitos filmes usam como apoio para o público geral; é um sentimento que todos se identificam de alguma maneira, é muito difícil isso comprometer a obra. Mesmo com toda a fantasia acontecendo, o amor está ali para nos lembrar da realidade; pode parecer uma estratégia comum hoje em dia, mas presenciar esse tipo de contexto em um filme como Re-Animator, que abusa do sadismo e humor negro, é realmente gratificante.

Mais um herói solitário e amargurado.

Os últimos 10 minutos de projeção, talvez, sejam os melhores. Quando achamos que já havíamos visto de tudo, a produção no surpreende novamente, com um excelente desfecho que deixa um gancho definitivo para continuações: no meio de berros, uma cabeça sendo arremessada na parede do hospital (!!!) e muitas outras coisas grotescas, Cain consegue fugir com Meg pelos corredores claustrofóbicos do local. Já West é pego pelo que restou do Dr. Hill, e enrolado por suas tripas (!!!), o roteiro nos deixa na dúvida sobre seu destino, ele pode ter morrido ou não, algo que vamos saber somente no próximo filme.

Encurralados, Cain é surpreendido quando um zumbi queimado ataca Meg ao entrarem no elevador. Ele consegue arrancar o braço da criatura com o machado, mas já era muito tarde. A garganta da garota foi esmagada em uma triste cena trágica e, desesperado, Cain corre para a sala médica mais próxima para tentar salva a vida da esposa, já no finalzinho do filme. Quando não resta mais nenhuma alternativa, ele (portando a maleta de West) prepara uma grande injeção com o soro maldito, e ao ouvirmos a dramática trilha sonora pela última vez, acompanhamos o médico amargurado injetando a droga na esposa em uma atitude drástica, nos deixando preparados para a continuação dessa história macabra!

Um final completamente trágico.

E de fato, tivemos a continuação, só que somente 5 anos depois, com o fiel A Noiva do Re-Animator (1990), trazendo os personagens principais de volta, com um enredo muito mais ambicioso e aprimorado (porém exagerado). De qualquer jeito, esse primeiro filme continua sendo o melhor da trilogia, pois nos entrega inúmeras cenas que ficam guardadas para sempre na memória, tudo isso sem usar nenhum tipo de computação gráfica, somente efeitos práticos e maquiagens mirabolantes enriquecidas por estratégicos “jogos” de câmera. O filme tem algumas falhas visíveis em certos momentos, principalmente envolvendo a montagem principal do Dr.Hill, o nosso querido zumbi decapitado, que precisou de vários “pulos” da produção para conseguir ser retratado com perfeição. O resultado final é ótimo.

Re-Animator (1985) sempre será um marcante gore, considerado trash por muitos desavisados; isso pode ser verdade, mas a história é tratada com uma seriedade que nos faz embarcar nesse viajem alucinógena. Diferente de muitas produções trash, quando terminamos de acompanhar esse enredo sentimos um grande potencial envolvendo a produção. É uma série de acontecimentos trágicos, que nas lentes de Stuart Gordon se tornaram uma mistura incrível de humor negro e sadismo dos mais pesados. Foi o surgimento de outra lenda moderna.

“DEATH IS JUST THE BEGINNING”
____________________________________

TRAILER DE 1985:

CONTAGEM DE CORPOS (mais de 10):
Assassino Herbert West:
Zumbi renascido: tem seu busto atravessado por serra de ossos.
Dr. Hill: cabeça decepada com golpes de pá (ouch!)
Assassino Dan Cain:
Zumbis: Cain consegue acabar com alguns zumbis durante a trágica fuga do necrotério, com machadas e até mesmo usando as próprias mãos.
OUTRAS MORTES:
Mulher obesa: vitima natural no hospital.
Gato de Meg: o primeiro ser morto reanimado, com as costelas quebradas e comportamento agressivo (morto duas vezes).
Dr. Hill zumbi: cabeça esmagada e corpo estourado (dando vida aos seus intestinos e tripas).
Dr. Halsey: já transformado em zumbi, é despedaçado.
Zumbi pelado: cabeça esmagada no corredor.
Meg: atacada por um zumbi na fuga do elevador, enforcada até ter a garganta esmagada, e posteriormente reanimada.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

A Hora do Pesadelo 4 - O Mestre dos Sonhos (1988) - Crítica

AVISO DE PERIGO: essa crítica é detalhada e contém SPOILERS, portanto se ainda não conferiu o filme, leia por risco próprio.
________________________________________________

Hoje vamos falar sobre uma produção muito polêmica entre os amantes dos filmes de terror, porque sem sombra de duvidas, A Hora do Pesadelo 4 – O Mestre dos Sonhos (1988) foi o capítulo que chegou para marcar uma nova fase na franquia onírica, conseguindo dividir opiniões até os dias atuais. Tem que ame, tem quem odeie. Não existe meio termo por aqui. Desta vez não temos nenhum envolvimento de Wes Craven na produção, e com certeza isso não é um bom sinal (ele voltaria somente no ótimo A Hora do Pesadelo 7).

Esse capítulo é bastante conhecido por diferenciar sua forma de abordagem, algo que já estava estabelecido com 3 produções em 4 anos (a franquia começou em 1984). O padrão não foi seguindo desta vez, e diferente do que muitos podem imaginar, o filme embarcou de vez na contagiante cultura pop que prevaleceu na gloriosa década de oitenta, basicamente entregando ao filme um ritmo bem diferente do que estávamos acostumados até então, gerando as tais polêmicas mencionadas. Assumo que o longa continua sendo bom em seu objetivo de entreter o público, independente das inúmeras situações bizarras que iremos acompanhar ao longo dessa crítica. Não só bizarras, como também inteligentes e charmosas. Pesadelo 4 talvez marca o último filme antes da franquia engatar de vez em produções conturbadas (me refiro ao quinto e sexto filme, obviamente). Mesmo Freddy Krueger sendo tratado aqui de uma maneira jamais vista, ainda sentimos que se tratava de um filme de terror que marcou época, inclusive tendo uma das maiores bilheterias da franquia, estimulada em quase 50 milhões no mundo todo. Sim, leitores, antes de a New Line produzir clássicos bilionários como O Senhor dos Anéis, a franquia dos pesadelos basicamente tirou a companhia do buraco, isso é inevitável.

O diretor da vez é Renny Harlin, craque nos filmes de ação (principalmente pelo seu envolvimento na franquia Duro de Matar) e agregando alguns filmes de terror na carreira, como Do Fundo do Mar (1999) e Exorcista – O Início (2004). A direção e fotografia se mostram eficientes em várias cenas, com alguns toques ousados (rodopios e planos-sequências estilo vídeo clipes), porém sem maiores novidades, pois o roteiro começa a repetir situações que já havíamos visto antes, e não são poucas. Mesmo com alguns problemas, esse capítulo continua sendo muito interessante, principalmente por dar continuidade na última história, nos apresentando tramas e personagens muito mais aprofundados no universo dos sonhos, realmente botando nossa cabeça para funcionar em vários momentos. Mas fica uma dica: é necessário ter assistido o último capítulo para entender esse.

Ainda continuando!

Logo no começo vemos a nova entrada da New Line (aquela dos rolos de filmes avançando em fundo azul) e a abertura já começa nos mostrando que a cultura pop vai ser forte, ao ouvirmos a clássica canção oitentista “Running From This Nightmare” (novamente, deixarei uma lista com os links das melhores músicas no final da crítica). A mensagem que abre esse capítulo é: “Quando o sono profundo recai nos homens, o medo me atinge com tremor. Fazendo todos os meus ossos chacoalharem”. Novamente um belo começo. No ritmo da música, a produção carrega uma fotografia parecida com vídeo clipes, enquanto vemos uma garotinha desenhando com giz de cera, na calçada, a imagem da antiga residência da Rua Elm. Nessa etapa do campeonato, já conseguimos adivinhar que começamos com um pesadelo, pois a franquia já se acostumou a sempre abrir seus filmes dessa maneira. Assim sendo, logo vemos Kristen Parker, ela mesma, a protagonista do filme anterior (agora interpretada por Tuesday Knight, porque Patricia Arquette estava grávida durante as filmagens).

Se no filme anterior (clique aqui para ler a crítica) os sonhos lúcidos foram bem explorados, aqui são do mesmo jeito! A capacidade de se dar conta que está sonhando, e aprender a manipular o evento (até mesmo ganhando habilidades) é uma das maravilhas mais intrigantes que existe. Kristen, já tendo passado por tudo aquilo em Pesadelo 3, agora sabe como agir e quem enfrentar em suas experiências oníricas. Ela ainda possui a incrível habilidade de puxar outras pessoas para dentro dos pesadelos; inclusive, tem o costume de puxar seus amigos para o sonho sempre que a situação esquenta, mas com a morte de Freddy, as noites são muito mais tranquilas.

A nova Kristen.

Seus amigos são ninguém menos que os sobreviventes do filme anterior, formando o que restou dos Guerreiros dos Sonhos, Kinkaid (Ken Sagoes) e Joey (Rodney Eastman), ambos reprisando seus personagens. Logo no começo do filme, no primeiro pesadelo, Kristen entra na residência na Rua Elm e consegue sentir a presença de Freddy. Assustada, ela puxa os dois amigos para o sonho com o objetivo de se sentir mais segura, e para avisá-los que os pesadelos estão mais fortes (um sinal que Freddy pode estar voltando de alguma forma), mas é claro, ninguém acredita. É muito eficiente a forma como o roteiro trata os personagens antigos, não dando nenhuma explicação sobre suas habilidades ou motivações, porque já havíamos acompanhado tudo isso no último filme; agora a trama pode ser desenvolvida com mais maturidade e tempo, no lugar de ficar se prolongando em informações.

Kristen é um ótima, e tem uma habilidade muito interessante. Tuesday Knight entrega uma personalidade muito mais aberta em sua atuação, diferente da garota antissocial e reservada que vimos em Os Guerreiros dos Sonhos. Ela é muito mais extrovertida aqui, nos mostrando uma aparência que se encaixa perfeitamente nos anos 80 (no melhor estilo Cindy Lauper). Sem deixar de mencionar que as duas atrizes foram igualmente bonitas nessa época gloriosa.

Seria esse o sonho molhado? rsrs

Os outros dois sobreviventes também mudaram bastante suas atitudes: o negão gente fina Kinkaid continua com seu jeito autoritário e preocupado, mas perdeu aquela paranoia alucinante que tinha no último filme. Joey é outro personagem bastante querido de se ver novamente, principalmente porque ele foi mudo durante grande parte de sua vida, porém, após o pesadelo que destruíram Freddy Krueger em Os Guerreiros dos Sonhos, Joey conseguiu voltar a falar depois de muito tempo; ele ainda tem aquela personalidade calma, mas está muito mais sociável e com um belo cabelão estiloso.

A vida dos sobreviventes mudou bastante desde o filme anterior: eles não estão mais internados no hospital psiquiátrico Westin Hills, e agora levam uma vida normal na cidade de Springwood, podendo frequentar o colégio e tudo o mais. Falando do colégio, é nele que conhecemos os jovens da vez, todos com personalidades únicas novamente; talvez a mais lembrada seja Debbie (Brooke Theiss), uma gostosona que representa bem aqueles anos, famosa por ter a morte mais dolorosa desse capítulo. Temos também Sheila, uma pirralha asmática que dirige uma lambreta azul. Kristen está namorando um “badboy comediante” chamado Rick, lutador dedicado nas artes marciais, sempre querendo ser o centro das atenções. Importante mesmo é a irmã de Rick, uma bonita garçonete chamada Alice Johnson (Lisa Wilcox), que também é a melhor amiga de Kristen, e tem um pai insuportável, o Sr. Dennis (Nicholas Mele). Na verdade, Alice é a protagonista desse filme (isso só acontece após a morte de Kristen, algo que já vamos conversar). Para completar, ainda somos apresentados ao típico gostosão da escola, Dan Jordan (Danny Hassel), rapaz que Alice está interessada já faz um tempo. Nos filmes de Freddy Krueger, felizmente não somos bombardeados com jovens casais que só prestam para transar e morrer (a franquia Sexta-Feira 13 mandou um abraço caloroso), aqui temos outra dinâmica.

Alice, Rick e Kristen... Ahh, os anos 80!

O retorno de Freddy é completamente bizarro. No último filme, ele foi destruído e enterrado em solo sagrado, basicamente durante um ataque duplo contra o assassino, onde Nancy Thompson liderava os Guerreiros dos Sonhos em um pesadelo, enquanto seu pai, Donald (eterno John Saxon), e o Dr. Neil enterravam seus restos mortais em solo sagrado. Pois bem, acontece que Kinkaid tem um pesadelo junto de seu cachorro Jason (sim, total referência à franquia Sexta-Feira 13, que também havia feito uma homenagem em seu sexto filme, ao mostrar uma garotinha chamada Nancy tendo pesadelos durante o ataque de Jason). Enfim, kinkaid sonha com o mesmo lugar que Freddy foi enterrado (nem me lembrem daquele esqueleto maldito mostrado no último desfecho), e uma das cenas mais bizarras do filme acontece: seu cachorro basicamente urina uma labareda de fogo em cima da cova de Freddy (!!!!), trazendo nosso demônio de volta. Sem brincadeira, tem hora que os roteiristas fumam um belo baseado para conseguir ter ideias aleatórias como essa! Os ossos se juntam novamente, mas no lugar de formar aquele esqueleto tosco, Freddy é regenerado por completo, tendo seus órgãos, pele queimada, e todo o resto restaurado. Kinkaid tenta usar sua superforça para matá-lo, mas o serial killer é muito mais esperto; depois de uma boa sequência de perseguição no ferro velho, Kinkaid é assassinado sem ter como lutar. Para quem ainda não sacou, Freddy tem o objetivo de assassinar todas as crianças restantes em Elm Street (devido aos seus pais, que o queimaram vivo), e as únicas que sobraram foram Kristen, Kinkaid e Joey, portanto, um já foi. Freddy é novamente interpretado pelo ótimo Robert Englund, sempre entregando o aprofundamento que o personagem necessita.

Cada vez mais poderoso.

O próximo que se ferra é Joey: deitado em seu quarto assistindo televisão (parecido com Johnny Depp lá no primeiro filme), o rapaz acaba dormindo enquanto observava o pôster de uma loira peituda que ele tem de decoração. Como não sabe do retorno de Freddy, acaba dormindo tranquilamente em seu enorme colchão d’água. Seu sonho começa muito bom, pois ele vislumbra a loira de biquíni literalmente dentro de seu colchão (como se fosse uma profunda banheira); a felicidade dura pouco tempo, pois Freddy surge rasgando a porra toda, e afogando Joey em seu próprio pesadelo.

Outra cena bastante interessante é quando Kristen desmaia na escola. Só parem para pensar... A garota estava evitando dormir, porque sabia que Freddy estava retornando, agora ela desmaia! Oportunidade perfeita para o assassino se aproveitar da garota desprotegida, proporcionando o clássico pesadelo do hospital a tarde, onde vemos Freddy disfarçado de enfermeira. É assustador e divertido.

Lembram da mãe de Kristen, Elaine Parker? Novamente interpretada por Brooke Bundy, essa mulher arrogante está muito pior do que vimos no último filme... Agora, chegando ao ponto de colocar remédios e drogas na bebida da garota para ela dormir! Ao fazer isso, acaba basicamente comprometendo a vida da filha em uma de minhas cenas preferidas; drogada, Kristen tenta desesperadamente sonhar com algum lugar bonito e tranquilo (lembre-se: você comanda seus sonhos), e isso dá certo, pois a garota se imagina em uma bonita praia tropical ensolarada, um cenário que nunca havíamos visto na franquia e nunca mais vamos ver. Quando tudo parecia estar na maior paz, as garras de Freddy surgem no oceano, como se fossem a barbatana de um tubarão (provável referência à Tubarão de 1975). Para quem havia gostado muito de Kristen, podem ir se preparando, pois o assassino aparece marcando presença na praia (vestindo óculos escuros, like a boss) e detonando a antiga protagonista, jogando seu corpo dentro de uma fornalha. Em seus desvios psicológicos, Kristen acaba puxando Alice para dentro do pesadelo antes de morrer, envolvendo de vez sua amiga inocente nessa história.

Freddy foi queimado quando era vivo, devido aos inúmeros assassinatos de crianças que o mesmo cometeu (isso é contado lá no primeiro filme, clique aqui para ler). No entanto, sua vingança foi algo muito pior, porque ele caçou friamente os filhos das pessoas que lhe mataram e, com a morte de Kristen, todas as crianças da Rua Elm estavam mortas. Sua vingança estava basicamente cumprida.

Come to Freddy, baby!

Nos sonhos lúcidos da franquia, as pessoas descobrem possuir habilidades especiais, e isso não é diferente com Alice: após o pesadelo que Kristen morre, ela descobre ter a capacidade de extrair o poder de outra pessoa, ou seja, após Kristen bater as botas, Alice acaba sugando sua habilidade e desenvolvendo a dádiva de puxar outras pessoas para seus pesadelos. Como eu já havia mencionado, o roteiro se torna bastante complexo e inteligente, aproveitando várias possibilidades que o universo dos sonhos pode proporcionar. Alice, agora dotada de um poder que não tem conhecimento, acaba ganhando hábitos que não tinha antes, como fumar cigarro (Kristen fazia isso). Sem contar que desenvolve um grande relacionamento com o bonitão Dan, que se revela muito simpático.

Ela também acaba descobrindo o poder da pior forma: sem querer, durante seus pesadelos, ela acaba puxando seus amigos para a morte. É muito bem construído o drama envolvendo a garota, ela procura fazer de tudo para permanecer acordada (sem sucesso, é claro), pois cada vez que acaba cochilando, acaba presenciando a morte de algum amigo sem poder fazer absolutamente nada. Freddy vê na garota uma oportunidade para continuar fazendo suas vítimas, por isso não a ataca de imediato. Como o assassino é inteligente, o truque é somente mantê-la viva e sonhando. No caso, uma espécie de looping.

O beijo fatal!

As situações que já estamos acostumados se repetem aqui, mostrando que a franquia começava a sofrer em alguns fatores: nos pesadelos, novamente temos crianças pulando corda e cantando a canção de ninar de Freddy (ouça aqui), triciclos infantis andando sozinhos, oficinas e fábricas abandonadas como cenário, pais preocupados que nunca acreditam nos filhos (esse fato, inclusive, parece ser uma grande mensagem transmitida pela franquia)... Felizmente, temos mais uma boa carga de mortes interessantes: Sheila, por exemplo, tem um pesadelo quando dorme na escola (assim como nos dois primeiros filmes) e acaba recebendo um beijo de Freddy, que lhe suga todos os órgãos pela boca!!! Como a garota é asmática, ao verem ela se contorcendo durante a prova, pensam que está sofrendo um ataque por causa da doença! São situações muito bem armadas, enriquecidas principalmente pela ótima atuação de Robert Englund, que depois três produções na pele do assassino dos sonhos, consegue basicamente encarnar o personagem com uma facilidade impressionante; Englund é um mestre no que faz, sabendo dar vida ao vilão em pequenos gestos. Sem contar que nesse filme ele aparece muito mais, em várias formas e com novas frases de efeito para ficar marcado.

Provavelmente a morte mais lembrada (e dolorosa) do filme é da gostosona “flashdance” Debbie, que tem o pesadelo da ginástica, onde Freddy força seus braços até estourarem. Sabendo que o maior nojo da garota é baratas, o Mestre dos Sonhos transforma (aos poucos) nossa ousada garota em uma grotesca barata gigante! A ótima maquiagem (novamente de Kevin Yagher) deixa a cena chocante, no estilo de A Mosca (1986). Ela acaba ficando metade humana metade inseto, pois Freddy não demora em esmagá-la.

No pain, no gain.

Em uma das cenas mais interessantes do roteiro, Freddy mantém Alice e Dan presos em um looping enquanto dorme, repetindo a mesma cena pelo menos umas quatro vezes. Isso confunde o público do mesmo jeito que os personagens estão perdidos. Na cena que Alice é puxada para dentro da tela do cinema, temos referência ao clássico Um Lobisomem Americano em Londres (1981), sem contar que o filme que estava passando na sessão era Reefer Madness (1936), lendária produção religiosa sobre “maconheiros assassino”. Em uma cena, Freddy também menciona a obra Alice no País da Maravilhas (1865).

Já no final, Alice e Dan sofrem um acidente de carro e ele acaba se ferindo gravemente. Levados até o hospital, Alice sabe que os médicos iram sedá-lo para prosseguir com a cirurgia, basicamente o entregando para Freddy. Sem alternativas, ela ruma desesperada para sua casa antes que Dan adormeça e, agora colecionando os poderes de todos os seus amigos mortos, a final girl toma vários remédios para dormir sem hesitar, com o objetivo de encontrar Freddy o mais rápido possível. A cena é bem empolgante, muito devido à montagem e trilha sonora; por falar nisso, as músicas não tem como serem melhores! Recomendo que deem uma passadinha pela lista de links no final da crítica!

Alice e Debbie no velório.

A batalha final é numa igreja (que voltará a aparecer no próximo filme), onde acompanhamos Alice dando um baile em Freddy, devido aos seu poderes adquiridos, principalmente a habilidade de lutar muito bem (recebido do irmão). Nesse final, o assassino também marca grande presença, aparecendo bastante com suas típicas atitudes bizarras e marcantes. É uma batalha interessante, pois as criancinhas que Freddy já assassinou em vida (aquelas que ficam pulando corda com vestidos brancos) ficaram acompanhando o desfecho de camarote na igreja.

O Mestre dos Sonhos quase consegue ganhar, mas Alice usa sua própria imagem para destruí-lo (pegando um espelho e lhe mostrando seu reflexo). Como revelado no filme anterior, o poder de Freddy vem das almas de suas crianças, todas armazenadas em seu interior. Com essa revelação do próprio mal (“no reflexo do olho da minha mente, o mal vai se ver, e assim vai morrer.”), Freddy acaba sendo destruído mais uma vez (vão fazendo as contas que tem muito mais!), e vemos todas as almas de suas crianças rasgando seu peito de dentro para fora, até explodirem sua cabeça aos poucos. Alice havia aprendido a controlar seus sonhos agora, e estava pronta para tudo.

O fim do pesadelo... Será mesmo?

O final nos deixa na dúvida se teríamos mais algum filme: Alice firma um relacionamento com Dan e os pombinhos parecem mais felizes do que nunca, no entanto, ao jogarem uma moeda na fonte dos desejos de uma praça, Alice vê rapidamente o reflexo de Freddy na água... Mesmo assim, ela vai embora tranquilamente.

A Hora do Pesadelo 4 – O Mestre dos Sonhos (1988) é um ótimo filme (mesmo com seus erros de cenário e produção), se mostrando inteligente, divertido e contagiante. Sendo assim, é considerado o último capítulo antes da queda de qualidade na franquia. Temos uma ótima trilha sonora, bom roteiro e muitos personagens queridos pelos amantes da saga de Freddy Krueger; fora isso, Alice se prova uma grande final girl, provavelmente muito melhor que Kristen no anterior. Vale a pena assistir Pesadelo 4, principalmente para curtir uma boa noite. Com o sucesso estrondoso, no ano seguinte a New Line Cinema já nos bombardeou com outro filme que, obviamente, vai nos render uma bela e descontraída conversa. Mesmo o Mestre dos Sonhos sendo destruído novamente, essa história não iria acabar tão cedo.
____________________________________

TRAILER DE 1988:
____________________________________



CONTAGEM DE CORPOS (6):
Assassino Freddy Krueger:
Kinkaid: furado várias vezes pelas garras.
Joey: rasgado com golpe, puxado para dentro da cama d’água e afogado.
Kristen: arremessada dentro da fornalha, queimada viva.
Sheila: beijada por Freddy, tendo todos os seus órgãos sugados.
Rick: no clássico pesadelo de lutas marciais, é golpeado no estômago pela garra invisível.
Debbie: membros decepados até ser transformada em uma barata gigante (viva a criatividade, meus amigos!)